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sábado, 8 de agosto de 2009

A PLACA DE SÃO PAULO COM UMA BANDEIRINHA

Eu adoro internet e sou daquelas pessoas que tem perfil no Orkut, no Facebook, no Twitter, no Linkedin e que participa ativamente de todos eles, além de escrever textos para o blog. Eu não passo muito tempo sem fazer comentários no Twitter, mandar um recado para um amigo no Orkut, ler algum artigo no Linkedin e jogar os muitos testes engraçados do Facebook.

Hoje fiz um destes testes que visava responder “Que brasileiro você é?” e adivinhe qual foi o resultado! Pois é, para decepção geral dos meus conterrâneos gaúchos, o resultado foi que eu sou paulista. E eu fiquei com um sentimento estranho, mesmo sabendo que é uma brincadeira. Fiquei pensando na eterna contradição entre buscar viver como um nativo no lugar eu escolhi estar e buscar manter as origens, respeitar e honrar a cultura de onde venho.

Conheço gente de inúmeras partes do Brasil que vive aqui em São Paulo e a maioria quer “aprender a entender” a cidade, fazer parte, conviver e aproveitar o que tem de bom. Mas vejo todo mundo empenhado em manter hábitos que os conectem com as suas origens. Arrisco opinar e citar os mais bairristas, que a mim parecem ser os gaúchos (sempre!) e os baianos. Tenho amigos baianos que garantem a caranguejada periódica, que frequentam todos os shows de rock baiano em São Paulo e, inclusive, costumavam ter um “QG” onde se reuniam toda semana para estar “com os seus”. Nós, gaúchos, andamos com o adesivo da bandeira do Estado colada no carro (para os desinformados é aquela bandeirinha vermelha, verde e amarela que "20%" dos carros paulistanos possuem!), vamos pro Ibirapuera com uma garrafa térmica pendurada no ombro e uma cuia de chimarrão na mão, penduramos nossas bandeiras do Grêmio (!!!) na sacada e tiramos sarro de todos os paulistas que fazem carne grelhada em pedacinhos e chamam de churrasco. O meu primo, que também mora aqui e é um pouco mais radical, tatuou “Rio Grande do Sul” no braço, para não deixar dúvidas. Somos moradores da apaixonante São Paulo, mas fazemos questão de estampar claramente a nossa origem!

Essa reflexão me faz entender a criação de tantos bairros que nos remetem aos diferentes lugares do mundo dentro desta miscelânea cultural que encontramos aqui. Tem bairro dos italianos, dos judeus, dos koreanos, dos japoneses, dos portugueses, etc, etc, etc, e é melhor eu não dar idéias porque bairristas do jeito que somos, é capaz de criarmos um bairro gaúcho por aqui! Penso que é esta necessidade de conexão com as origens, de não perder a essência e os hábitos que aprendemos desde a infância que movem estas construções de redutos que nos façam sentir como no lugar de onde viemos.

O sotaque começa a ficar misturado, a sinaleira passa a ser chamada de farol, descobrimos todos os dias palavras que pensávamos que eram em português e na verdade são “baianês” ou “gauchês”. Quando estamos em São Paulo somos “de fora” e quando estamos no nosso Estado somos julgados por termos “perdido as raízes”, eliminado do vocabulário palavras que caracterizam o nosso povo. Eu não falo “bah” e “tri” há uns 10 anos! Estas histórias são super comuns em São Paulo e aproximam pessoas de todos os cantos do País. Esta cidade proporciona sermos nativos porque, afinal, é habitada por milhões de forasteiros e, ao mesmo tempo, expressarmos nossas origens e nossos costumes sem preconceito!

Hoje li na página do Twitter de um baiano, supostamente citando Nizan Guanaes: “Se a Bahia é tão boa, porque você não mora lá? O orixá me ajudou e respondi: Lá não me destaco, pois todos são baianos!”. É isso mesmo! Nossa origem nos diferencia, nos alimenta, nos fez sermos quem somos! Eu acho o máximo ser gaúcha por aqui!

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